Programa de la Feira Medieval de Silves
Programa de la Feira Medieval de Silves
Del 7 al 16 de Agosto de 2015
Uma estória dentro da História
A Mágica Capital da Cultura
A informação sobre os primeiros tempos da ocupação muçulmana do território português é muito escassa, por se terem perdido muitas das fontes árabes que a ela aludiam.
As fontes cristãs coevas são igualmente escassas e as poucas que sobreviveram traçam um quadro mítico da perda do território em favor dos muçulmanos, pois a descrevem como um Castigo de Deus por causa dos pecados dos cristãos.
O território do Garbe Alandalus foi incorporado no domínio muçulmano por ‘Abd al-Aziz, por volta de 713, ou seja, cerca de dois anos após a sua entrada na península, uma vez que o esforço de ocupação incidiu inicialmente no centro da Península Ibérica, onde se encontrava a capital do Reino Visigodo.
Essa ocupação fez-se mais à base de pactos de capitulação do que, propriamente, de ações de conquista violenta, sendo que, em muitos casos, foi permitido que, durante algum tempo, os governadores visigodos continuassem à cabeça de certas cidades e fortalezas.
Todavia, sabe-se que, logo desde o início, na retaguarda dos exércitos muçulmanos vinham famílias inteiras, uma vez que a intenção era a de colonizar os vastos territórios da velha Hispânia, escassamente povoados.
Essa mole humana transportava consigo, não apenas os seus bens materiais, mas também os imateriais dos seus saberes e sua cultura: a poesia, a música, as ciências, a arquitetura e, claro, a sua Revelação profética.
Mas a verdade é que as cidades do Garbe, talvez pela sua situação geográfica, excêntrica no contexto do Alandalus, só tardiamente começam a ganhar importância estratégica e relevo nas crónicas árabes.
E se Beja, só na Época Califal se tornou importante, a mais importante do nosso território, a verdade é que, apenas a partir da fragmentação do poder califal e com o surgimento dos primeiros Reinos de Taifas, se vê brilhar o prestígio de uma outra cidade capaz de com ela rivalizar: SILVES.
Os Reinos de Taifas que iriam surgindo, não só por força da queda do Califado Omíada, mas também dos califados Almorávida e Almóada, caracterizavam-se pelo grande enfoque que davam nas suas cortes ao saber e à cultura, fazendo-se rodear de sábios e literatos, pretendendo, com isso, mimetizar o prestígio da extinta corte omíada do Alandalus.
Nessas cortes dos, por vezes minúsculos, Reinos de Taifas, acotovelavam-se poetas, músicos, gramáticos, físicos, filósofos, astrónomos, botânicos, matemáticos, historiadores, teólogos, entre outros artistas e cientistas.
De entre todos esses, as fontes muçulmanas salientam, naturalmente, os poetas, uma vez que a poesia é considerada a matriz da alma e da cultura árabe. A tal ponto que até as suas obras científicas medievais não desdenhavam de inserir nelas a beleza de poemas.
Quando sabemos que Almutamide cantou Silves e nela foi educado, e quando sabemos também que versos seus constam das Mil e Uma Noites, não podemos fugir ao figurino de descrever a cultura da cidade árabe, na sua época de ouro, acima de tudo, como a de uma mágica Capital da Poesia.
Programa de la Feira Medieval en Silves
Recriações Históricas
7 de agosto | Sexta-feira | Sé Catedral
A Poesia pelos mais ilustres poetas do Alandalus
Serão literário na corte do Emir Abû al-Asbag ibn Musayn al-Muzaffar, no qual ilustres convidados vindos de diversas partes do Alandalus, como Ibn ‘Ammâr, Ibn Muzayn, Ibn Hazm, al-A’lam Axantamarî e Maryam al-Ansarî, celebrizarão a poesia.
8 de agosto | Sábado | Sé Catedral
Os perigos da desunião política dos Reinos Taifa
Diálogo entre o jovem filósofo e poeta Ibn Asside de Silves e o provecto Abû-I Walîd al-Bajî, teólogo, jurista e poeta de Beja, em que este último adverte para o perigo que corre a cultura islâmica no Alandalus que, sem unidade política, dificilmente poderá fazer frente à ameaça dos cristãos do norte.
9 de agosto | Domingo | Sé Catedral
Serão poético no requinte da corte de Almutamide
O jovem Almutamide preside a um serão literário na sua corte, num ambiente de luxo e sensualidade, protagonizado no Axarajibe. Vários poetas do Gharb Alandalus farão declamações, culminando com o próprio rei poeta a dizer uma poesia que acabaria integrada nas Mil e Uma Noites.
10 de agosto | Segunda-feira | Sé Catedral
O despertar do amor entre Almutamide e ‘Itimad
Num fim de tarde, junto ao Rio Arade, o jovem Almutamide e o seu amigo Ibn ‘Ammâr conversam, contemplando as águas. Almutamide propõe um jogo poético, lançando o primeiro verso. Surpreendentemente, quem responde o verso da sequência é uma bela escrava que por ali passa e de quem o rei fica cativo: ‘Itimad.
11 de agosto | Terça-feira | Sé Catedral
Entrada triunfal de Ibn ‘Ammâr em Silves como governador da cidade
Ibn ‘Ammâr entra triunfalmente em Silves como governador nomeado por Almutamide. Um mercador interrompe o desfile relembrando-lhe que em tempos de carência o havia auxiliado, ao que Ibn ‘Ammâr retribui num gesto de generosidade. Finalmente faz com que seja lido publicamente o poema do rei Almutamide enviado à cidade.
12 de agosto | Quarta-feira | Sé Catedral
Encontro secreto entre Afonso Henriques e Ibn Qasî, Senhor de Silves
Numa época de forte instabilidade política, Afonso Henriques encontra-se secretamente com Ibn Qasî no Castelo de Silves. Os dois soberanos trocam presentes reforçando a amizade que os unia e consolidando o pacto de auxílio mútuo contra quem seus reinos ousasse ameaçar.
13 de agosto | Quinta-feira | Sé Catedral
Despedida de Ibn Qasî e entrega do seu testamento
Ibn Qasî sabendo que irá perder a vida em breve, assassinado à traição por mandatários dos Almóadas, reúne-se pela última vez com os seus Muridinos. Entrega-lhes o seu testamento espiritual “O Descalçar das Sandálias”, exortando-os para que continuem a sua missão.
14 de agosto | Sexta-feira | Sé Catedral
Sátira social por três poetas silvenses do século XIII
Um encontro casual à porta da Sé Catedral entre três poetas, Axilbîa (a Silvense), Ibn Badrûn al-Hadramî e Abdalá ibn Wazîr, serve de pretexto para uma crítica satírica ao estado decadente da sociedade, prenúncio já do fim do domínio islâmico no Gharb Alandalus.
15 de agosto | Sábado | Sé Catedral
Lenda das três gémeas de Silves
Quando as três lindas princesas gémeas nasceram, o seu pai, rei mouro de Silves, consultou os astrólogos. As profecias recomendaram uma extrema vigilância. Apesar todas as medidas terem sido tomadas, o destino cumpriu-se, e elas acabaram por se enamorar de três jovens cristãos cativos…
16 de agosto | Domingo | Sé Catedral
Lenda de D. Branca
O rei mouro de Silves, Ben-Afan, teve um sonho premonitório com o amor de sua vida: D. Branca de Portugal. Aconselhado pela fada Alina, partiu em sua busca e os dois viveram um grande amor. Até ao dia em que D. Afonso III, pai de D. Branca, cercou o castelo e Ben-Afan perdeu a vida na batalha.
Evento Especial
16 de Agosto
Espetáculo de Encerramento
24h00 - Largo da Sé
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Eventos Diários
Abertura da Feira Medieval de Silves
18h00 Cortejo pelas Ruas e Largos da Medina
Leitura do Edital
18h30 Portas da Cidade
Teatralização do Episódio Diário
19h00 Diversos locais da cidade
Torneio de Armas a Cavalo na Liça
20h00 Praça Al-Mu’thamid
Animação no Castelo
22h00 “Serões do Axarajibe” Animação exclusiva no Castelo de Silves (Música | Dança Oriental | Dança de Fogo | Falcoaria | Astronomia | Armeiro | Malheiro)
Torneio de Armas a Cavalo na Liça
22h30 Praça Al-Mu’thamid
Juízo de Alá
24h00 Largo da Colegiada
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